Números de CPF “alugados” de pessoas de Fortaleza e do Interior do Estado que funcionavam como laranjas em esquemas de fraudes em licitações. Esse era um dos recursos utilizados pelos acusados de irregularidades nas concorrências de Tianguá (a 311 km de Fortaleza). As cinco pessoas que foram presas anteontem e transferidas para a Delegacia Especializada de Polinter e Capturas (Decap) deverão começar depor na manhã de hoje. Uma mulher ainda está foragida.
Os depoimentos deveriam ter sido prestados ontem, mas, até o período da tarde, o Ministério Público Estadual (MPE) ainda aguardava por autorização de juiz da Comarca de Tianguá para dar início aos trabalhos. A operação foi desencadeada na última terça-feira, 27, pela Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), do MPE, em parceria com Polícia Civil do Ceará e Polícia Federal.
A expectativa é que o número de detidos se estenda a outros municípios da região da Serra de Ibiapaba em breve. O grupo é acusado de crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, envolvimento em fraudes de licitações e falsificação de documentos públicos e particulares.
As prisões são desdobramento da Operação Província II, que investiga fraudes em licitações municipais referentes e eventos festivos, construções de obras e locação de veículos na Região da Ibiapaba. No último dia 31 de agosto, foram presos temporariamente 12 acusados pelas em fraudes em licitações. O intuito era facilitar o inquérito, realizando a coleta de informações. Todas foram liberadas dias depois, após prestar depoimento.
Agora, as prisões são preventivas, sem prazo legal de soltura. São decretadas quando há indícios suficientes de autoria do crime.
Duas das pessoas já haviam sido presas no mês passado. São os irmãos Carlos Kennede Fortuna de Araújo, 33, empresário, e Rodrigo Fortuna de Araújo, 29, empresário, sócios da empresa Viçosel Construções e Seviços Ltda.
Estão detidos, ainda, José Sidney Dourado Gomes, 48, comerciante, responsável pela empresa Umari Construções Ltda; Brena Christina Barbosa Lima, 31, servidora municipal; e Linardo Silva da Rocha, 28, servidor municipal, pregoeiro e membro da comissão de licitação do Município. Ana Cláudia Passos, sócia da empresa Ely Construções e Serviços Ltda, ainda está foragida. Todos residem em Tianguá.
Para ser soltos, eles podem entrar com pedido de reconsideração ou de habeas corpus.
ENTENDA A NOTÍCIA
Pelo esquema, as empresas eram favorecidas nas licitações, recebiam os recursos e não executavam as obras. O dinheiro era dividido entre os envolvidos na fraude, como terceirizados, servidores e prefeitos.
FONTE: JORNAL O POVO