Já são cinco prefeituras no interior do Ceará 
com contas bloqueadas pela Justiça para pagar salários atrasados de 
servidores públicos municipais. 
Milhã, cidade a 301,1 km de Fortaleza, se junta agora a outras 
prefeituras do Estado com contas bloqueadas para pagamento de salários 
atrasados de servidores públicos municipais. Na mesma situação, estão 
também Canindé, Campos Sales, Chaval e Uruburetama.
Caso
 o prefeito de Milhã, Claudio Oliveira (PMDB) desobedeça a sentença, 
expedida na última segunda-feira, 3, ele deverá pagar multa de R$ 50 mil
 de seu patrimônio pessoal.
Ele afirma que houve diminuição em
 20% dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o que 
prejudicou as finanças da cidade. Além disso, teria havido também perda 
de 49% dos recursos provenientes do ICMS estadual. “Estamos bancando 
essa folha no maior sufoco do mundo”, avalia.
A partir de 
novembro, a prefeita Janaline Pacheco (PDT) não pôde mais mover as 
contas de Chaval. Disponíveis apenas à Justiça, as contas, minguadas 
também pela redução de recursos do FPM, só conseguiram pagar o mês de 
setembro na segunda, segundo ela. Em sua avaliação, o final do ano - com
 13° salário - só tende a agravar o quadro.
Também em 
novembro, Campos Sales teve 50% do dinheiro do FPM, do Fundo de 
Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo de Saúde (FUS), 
revertidos inicialmente ao pagamento das parcelas mais atrasadas dos 
salários. Lá, haveria profissionais sem receber provimento desde agosto.
 A ação do Ministério Público do Estado (MPE) afirma que haveria 
dinheiro para esse pagamento.
Em Uruburetama, o juiz 
determinou que não haja “qualquer movimentação financeira por parte dos 
gestores municipais, com exceção de que a operação seja para pagamento 
de salários”. Segundo os autos, por lá, haveria salários atrasados desde
 setembro. 
Atrasos também estão em Canindé. Com 100% das 
contas bloqueadas pela Justiça, o prefeito Claudio Pessoa (PSDB) chegou a
 afirmar ao O POVO, na edição do último dia 17 de 
novembro, que a decisão estaria tirando a autonomia da prefeitura e 
precarizando outros serviços. 
Até o fechamento desta página, o prefeito de Uruburetama, Gilvan Nunes (PRB) não atendeu ou retornou às ligações do O POVO. O mesmo aconteceu com os prefeitos Paulo Ney (PSDB), de Campos Sales, e Pessoa. 
Por quê                 
ENTENDA A NOTÍCIA
As
  prefeituras alegam que as reduções de impostos que alimentam o Fundo 
de  Participação dos Municípios (FPM) teria causado deficiência nas 
contas  públicas, prejudicando o pagamento de servidores públicos. 
Fonte: Jornal o Povo. Edição de 05/12/12
