Dinheiro e poder. O poder inebria, há algo de onipotência e eternidade. Na fetidez de seus porões exalam o perfume do cio e o sexo incestuoso. As mesmas MÃOS que acariciam os corpos são as mesmas que roubam. O frenesi que entorpece os amantes é o mesmo que conduz a posse indevida do dinheiro público. No poder não existem primeiras damas sem segundas. As bocas que fazem promessas mentirosas no afã do coito é a mesma que mentiu na campanha eleitoral. O contorcionismo dos corpos no delírio e na profusão do sexo são tão criativos e atrevidos como as licitações públicas vergonhosas. O suor que exala nos bastidores do poder que desliza e banha os amantes na volúpia das camas são carboidratos que fazem falta na mesa pobre de nutrientes nos amores anêmicos das Pedrinhas, do Cafute, do Breguedoff. O poder produz sonhos nas amantes onde o céu é o limite, mesmo que o amado seja ocioso, dado a descansar a bunda em cadeiras na calçada, mas langerie escolhidas a dedo são inspirações para a prática da perpetuação da vida (BIO) entre extratos e aromas do poder. Teatro de corredores e salas perfumadas e climatizadas palco ocular de mãos que acariciam corpos macios e hidratados, ventos carinhosos do ar refrigerado que instigam o cheiro sutil dos cabelos escuros da amada revelando todos os segredos no trato do amor. Pouco importa para a amada os cabelos ralos do amado, o bigode repugnante que lhe dar um ar de idiotia ou a barriga sedentária de não fazer nada, se para a mesma, o que importa é estar próxima ao poder pois o mesmo só lhe faz ver o que é belo e a segurança que lhe causa os recursos da prefeitura e que quatro anos se transformarão em séculos, portanto uma eternidade. Uma vida (BIO) eterna! Porém, não esqueçamos que toda filial tem que ter uma matriz, que também resguarda seus anseios e segredos de mulher, afinal tem (BIO) vida que conserva também em seu seio todas as essências e extratos mais nobres e raros, de perfumes, talvez quem sabe encontre pelos menos um sub-extrato nas altas noites no centro do poder, nos serões da prefeitura apareça um alquimista que manipule a essência dos oitizeiros e mugubeiras que contornam o prédio e o transforme no mais fino e devotado extrato de amor de odor eterno fiel e inesquecível, afinal sempre haverá novas vidas (BIOS) nos extratos do PODER.